EVOLUÇÃO E DINÂMICA TERRITORIAL DA TAXA DE HOMICÍDIOS NO ESTADO DE MINAS GERAIS

Resumo

Ao assumirmos a hipótese que as características territoriais são, entre outros fatores, um importante determinante da criminalidade e que, por consequência, as ocorrências dos homicídios não são aleatoriamente distribuídas no espaço, podendo apresentar dependência e heterogeneidade espacial, este artigo teve como objetivo analisar a evolução e a dinâmica territorial dos homicídios no estado de Minas Gerais nos anos de 2000, 2010 e 2018. Para tanto, (i) calculamos a taxa de homicídios, ajustada para cem mil habitantes e padronizada para a estrutura demográfica de 2018, nos 853 municípios e nas 12 mesorregiões do estado, utilizando as estimativas bayesianas empírica local; (ii) estimamos a correlação espacial I de Moran univariada das taxas de homicídios e apresentarmos os mapas de Clusters espaciais univariados, “Local Indicators of Spatial Association (LISA), definindo a estrutura espacial da criminalidade violenta no estado, com a delimitação dos clusters espaciais (Alto-Alto), (Baixo-Baixo), (Alto-Baixo) e (Baixo-Alto). Em síntese, a primeira questão a destacar foi o processo de aumento das taxas de homicídios nos municípios. A segunda questão é que esse aumento se caracterizou pela sua interiorização no estado. Esse comportamento da interiorização da incidência da criminalidade violenta resultou na convergência das taxas de homicídios dos municípios no estado, com as regiões, antes consideradas relativamente mais seguras, aproximando ou em alguns casos até superando as taxas verificadas na região metropolitana.